Educação, Cultura e Esportes

 

Publicado em: 24/08/2011 14:49 | Autor: Departamento de Comunicação / Alfredo Jorge / Rômulo Madureira

Peça de amanhã terá sessões às 19h30 e 21h


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A peça de amanhã, quinta-feira, “Metaformose Leminski” não será mais no palco italiano – sala Jofre Elias (como é chamada a parte de cima do CAT).

Por conta da concepção do espetáculo, a produção do EnCena e a Companhia responsável pela peça julgaram por bem transferi-la para o teatro de arena – sala Geraldo Silva, assim como aconteceu com o espetáculo “Murro em Ponta de Faca”.

Este formato proporcionará melhor aproveitamento para todo o público. Lembrando que as duas salas ficam no mesmo endereço, o Conjunto Amadores de Teatro, avenida Getúlio Vargas, 968.

Portanto, o Grupo Delírio Companhia de Teatro fará o espetáculo amanhã duas vezes, às 21h e às 19h30. Como os ingressos já estão esgotados, mecanismos foram criados pela organização e metade das entradas das 21h serão transferidas para as 19h30. Se você comprou seu ingresso para o das 20h30, você tem duas opções:

1) Chegue meia hora mais tarde e assista a peça às 21h

ou

2) Se o horário for melhor para você, confira o mesmo espetáculo às 19h30, mas para isso é necessário que você passe na bilheteria do CAT em horário comercial ou perto do horário do espetáculo de hoje e peça à organização o carimbo da transferência do horário.

Peça é baseada em poema de Leminski


Esta peça, exibida em dois horários amanhã à noite, é uma encenação da poesia “Metamorfose – Uma viagem pelo Imaginário grego”, do poeta paranaense Paulo Leminski.

Ficha técnica
Direção: Edson Bueno
Cenografia e Adereços: Alfredo Gomes
Cenotécnica: Proscenium
Figurinos e Maquiagem: Áldice Lopes
Máscaras: Paulo Vinícius
Iluminação: Beto Bruel
Operação de Luz: Fernando Dourado
Operação de Som: Felipe Cavalcanti
Assessoria de imprensa: Thiago Inácio
Direção de Produção: Edson Bueno e Thiago Inácio
Elenco: Tiago Luz, Guilherme Fernandes, Cesar Vieira, Gabriel Manita, Flavia Sabino e Patrícia Ciprian

Confira a sinopse da peça, divulgada pelo Grupo Delírio Cia de Teatro:

METAFORMOSE LEMINSKI

Reflexões de um herói que não quer virar pedra

 

Nos últimos tempos o Grupo Delírio Cia. De Teatro tem se ocupado em fazer arte pela palavra de grandes escritores: Machado de Assis, Fernando Pessoa, Edgar Allan Poe e Franz Kafka. Entre seus projetos estava uma viagem pela obra do poeta paranaense Paulo Leminski. “Metaformose – Uma Viagem pelo Imaginário Grego” foi o ponto de partida. Por quê? Talvez porque seja a síntese de uma poesia erudita e popular ao mesmo tempo, de um jorro de conhecimento dos mitos e do seu significado nas nossas vidas; porque a iconoclastia apaixonada e vibrante de Paulo Leminski consegue construir imagens inéditas daquilo que parecia ser clichê. Leminski ao discursar sobre a mitologia grega, ressuscita os mortos e traz à vida o que era pedra. Faz uma leitura contemporânea de Medusa, Édipo, Teseu, Eco, Narciso, Centauros e Titãs e dá-lhe um significado psicológico, mais ilógico do que lógico, enquanto constrói novas imagens poderosas, transformando e retransformando o que já nasceu para ser transformado. “Metaformose Leminski: Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra” é um exercício de liberdade cênica, uma experimentação do espaço do teatro pela palavra, além da dramaturgia de conflito. É a transformação da palavra em imagem e dela para a reflexão humana, falando do medo, do amor, da morte, da memória, do sexo e ainda mais; da própria literatura que matéria prima, acaba por tornar-se conteúdo, proporcionando uma cena despojada e como contam os deuses, uma cena nascida do Caos e da Desordem. Enquanto Édipo, Medusa, Eco, Narciso e Afrodite vão contando suas histórias, uma radical conexão com a própria experiência de vida dos atores e uma raivosa busca de compreensão da poesia de Paulo Leminski, vai buscando assumir uma forma diante do público; uma forma consciente de que, pela própria estrutura de “Metaformose”, deverá ser desconstruída diante deste mesmo público, para que tenha sentido e se comunique além da lógica linear. METAFORMOSE LEMINSKI é uma busca de radicalidade, não apenas no trato com a dramaturgia, mas na relação com o público; uma busca obsessiva por um tipo de reflexão que não encontra eco nem na filosofia, nem na psicologia, nem na história; apenas na subjetividade da arte e na sua coragem de tentar compreender todo o sentido da vida em um segundo de respiração artística. É uma reflexão sobre a arte e a imaginação, sobre o sentido primário dos signos e a beleza do caos. Um convite à loucura, esteja onde ela estiver.

E um pouco do Grupo Delírio, de Curitiba

ENCENANDO A PALAVRA OU PALAVREANDO A CENA...

Quem acompanha o trabalho do Grupo Delírio sabe que, por todos os lados, gostamos mesmo é de falar. Às vezes pelo coração, às vezes pelos órgãos genitais, às vezes até pelos cotovelos, não importa. O negócio é dizer coisas, buscar novas sinceridades e expressões em palavras, palavras e palavras. Nos últimos tempos, o exercício de reelaborar para o teatro as obras de grandes escritores tem sido a nossa diversão favorita. Pois continua. Paulo Leminski é a nossa mais recente pesquisa. Quem nunca leu Leminski não conhece as delícias de sua poesia, o perfume de sua literatura ágil, malandra, espertíssima, elegante, erudita e única. Penetrar (ô palavra danada!) em sua escrita é abandonar-se na milionária riqueza verbal do seu talento e inteligência. Então que escolhemos encenar sua poesia didática, romanceada, reflexiva e verborrágica, intitulada METAFORMOSE – Uma Viagem Pelo Imaginário Grego. Leminski, sem pudores, permite-se envolver e envolver-nos, como novelo de mil texturas e cores, numa aventura onde tudo pode significar tudo e modificar-se ao sabor da imaginação e do desejo. Heróis mitológicos são desmembrados e a poesia das palavras é o fio que une uns aos outros e, ao mesmo tempo, os transforma, segundo a vontade de entender a aventura humana pelos caminhos da mitologia. É um rumo perigoso, complexo, que invariavelmente leva ao próprio coração. Pensar mitologias é pensar a vida, sem compromissos com a lógica e muito menos com a verdade. Porque a verdade é apenas o que ela significa como sentimento no momento presente. Passado e futuro não existem em METAFORMOSE. O que existe é a palavra que reflete ideias e pensamentos que só têm significados e importância no momento em que são ditos. Segundos depois que ecoaram, deixam de existir e dão lugar a outros, que não precisam estar conectados com os anteriores. Não é uma viagem para compreender; talvez, com alguma sorte, para significar. De todo modo, a preocupação de Leminski em seu relato METAFORMOSE é a de narrar. “Narro, logo existo!” Estar contando é a condição primordial para não morrer, estar se metamorfoseando é a condição primordial para não dar de cara com a Medusa e não virar pedra. Leminski não queria virar pedra, artista nenhum também quer. Ou será que alguns querem? De qualquer forma, como pensador, escritor, gênio e provocador, Leminski usa e abusa dos mitos gregos para pensar/definir o significado de existir sem preocupações cronológicas. Compreende tudo ao mesmo tempo, como um vôo de Ícaro, despreocupado com os raios do sol. Leminski não tem medo de cair, tem medo de parar durante o  voo. O Grupo Delírio abandona-se prazerosamente nas palavras do maior poeta curitibano. Deixa-se levar por sua loucura selvagem e busca arrancar prazeres em cada significado. Viver é sofrer, rir, gozar, expandir-se, encolher-se, enlouquecer e, antes de morrer, recuperar a cada segundo a liberdade de ser. METAFORMOSE é um libelo de liberdade na prisão que a cultura e o tempo impõem ao homem. Os atores do Grupo Delírio dizem mitos: Medusa, Teseu, Afrodite, Centauro, Eco, Narciso, Hércules, Minotauro, Ícaro e Leminski. Expressam-nos na arena, mas com a mesma liberdade com que o grande poeta os escreveu e descreveu. Em meio ao caos! Em meio ao turbilhão das transformações! Com o necessário desprendimento do que não tem lógica, a não ser na palavra, na ação e na atemporalidade. Nossa viagem ao mundo imaginário do mito grego é a entrega sem reservas à humanidade de Paulo Leminski, a quem homenageamos; apaixonados por sua literatura, por seus esplendores e misérias... por sua alma livre! Bem-vindos à viagem de METAFORMOSE! Garantimos, não será uma viagem fácil; mas se estiverem com o coração aberto ao caos, arrancarão de nosso Paulo Leminski grande prazer, porque encenamos um lugar que não é passado nem futuro... talvez nem presente! Mas é palco, teatro, poesia, palavra, palavra e palavra! Amém!