O pólo de Jacarezinho da Universidade Aberta do Brasil (UAB) recebeu nesta semana a primeira leva de apostilas para estudo complementar de seus acadêmicos. A metodologia dos livros vem como sugestão da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que é também a mais usada entre os docentes de Física. Até o final do semestre, o Ministério da Educação encaminhará mais 2300 livros para a Biblioteca da UAB, que está agora em fase de implantação e para onde já foram encaminhadas as apostilas citadas.
A prefeita municipal Tina Toneti conta que não considera o dinheiro investido como “gasto” e sim um “investimento” para uma Jacarezinho mais forte e competitiva do ponto de vista profissional e acadêmico. “O material didático já é fornecido pela UEM. O que buscamos com esses livros é aumentar a possibilidade dos acadêmicos evoluírem, fornecendo material complementar equiparado a qualquer grande centro do país”, explicou.
A diretora da Universidade Aberta, Lucilena Rosa destaca que a instituição é essencial por trazer cursos que não são encontrados na região ou mesmo nos que já existem, dar a oportunidade para que alunos com vidas mais atribuladas consigam uma formação superior. Ela contextualiza que a maioria de seus alunos trabalha durante o dia e alguns até no período da noite vários dias por semana. Além do mais, boa parte dos acadêmicos vem da região, de cidades como Quatiguá, Andirá e Cambará.
Lucilena explica o funcionamento do sistema. “Há uma plataforma onde o aluno pode tirar as dúvidas 24h por dia, que atribui dinamismo e possibilidades ilimitadas. Além do mais, o material da UEM nos permite repassar um material de carga teórica significativa aos alunos”, diz.
Mestre em Astrofísica pela Universidade de Londrina (UEL), Daniel Trevisan Sanzovo é um dos tutores presenciais do curso de Física. Ele comenta que os cursos à distância têm muito a contribuir para a democratização do Ensino Superior. “Há uma elitização das Universidades por conta do vestibular, distância ou até mesmo concorrência desleal, já que nem todos os alunos tiveram formação satisfatória”, diz. Sanzovo concorda com Lucilena que a oferta de alguns cursos não seria possível sem a educação à distância. “Em toda a região, o curso de Física mais próximo é o da UEL, que fica a 160 quilômetros daqui. Caso não houvesse a UAB, isto restringiria a formação de profissionais da área”, completa. A outra tutora de Física é Vanessa Queiróz, mestre em Ensino de Ciências também pela UEL.
A Universidade Aberta oferece sete cursos de graduação: Pedagogia, Física, História, Português, Espanhol, Matemática e Gestão em Administração Pública (englobando Ensino à distância da UEM e da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG), além de dois cursos técnicos: Secretariado e Administração e ainda três cursos de pós-graduação: Educação no Campo, Gestão e Administração em Saúde Pública e Gestão Educacional. Para dúvidas e informações, a UAB atende durante todo o dia pelo telefone 3911-3148. Sua equipe é formada, além da diretora e tutores presenciais, pela secretária Alessa Laureano Suave e o vice-diretor Thales Luiz Lopes Pinheiro.
Implantação da UAB
Na Universidade Aberta, os alunos tem aulas via webconferências ministradas ao vivo pelos professores. O secretário de Planejamento Nelson Paulino Leite disse ontem que o poder público municipal foi hábil em aproveitar o momento para se candidatar, apresentar a documentação correta e conseguir trazer para a cidade. O edital foi aberto em 2006 e aprovado em 2008. Já em setembro do mesmo ano, a primeira turma começou suas aulas. “Em 2006, o Governo Federal estava na 2ª rodada de aberturas de Pólos de Ensino à Distância, momento em que conseguimos a instituição para Jacarezinho. Para se ter uma idéia, a terceira rodada deve começar só nos próximos meses”, comenta Paulino. O secretário conta que, concomitantemente com a vinda da UAB, foi celebrado convênio entre o município e a UENP permitindo que a Universidade Aberta usasse o laboratório da FAFIJA (antigamente era ofertado curso de Física na instituição), que estava desativado e ocioso. O convênio resultou ainda em R$60 mil de investimento em equipamentos. “Se faz necessário registrar que este feito materializou a importância da articulação e mobilização dos recursos já existentes, envolvendo as três esferas de poder: poder público de Jacarezinho, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Governo Federal”, finaliza.