A Prefeitura de Jacarezinho assumirá a gestão do Pronto Socorro (PS) da Santa Casa de Misericórdia a partir do próximo mês de março. A gestão seguirá o projeto da nova Rede de Atenção Integral às Urgências do Município, desenvolvido pela secretaria municipal de Saúde no início deste ano especificamente para a ação. A Santa Casa continua na gerência do Plantão à distância (especialidades) e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com a prefeita Tina Toneti, a implantação do projeto irá reduzir a espera dos pacientes, reorganizar os trabalhos do Pronto Socorro e tornar o atendimento mais eficiente, humanizado e acolhedor. “A saúde é um direito fundamental do cidadão. Finalmente conseguimos recursos para reorganizar o Pronto Socorro, o maior motivo de preocupação na saúde pública da cidade”, conta. A prefeita explica que a implantação do projeto só foi possível com o apoio dos Vereadores, que disponibilizou R$300 mil (recursos livres da Câmara), para adicionar ao subsídio já repassado da Prefeitura para a Santa Casa (de R$180 mil), totalizando financiamento de R$480 mil anuais.

União de esforços em prol do povo
O presidente da Câmara Municipal, José Isaías Gomes, o “Zola”, disse que a decisão dos vereadores da base governista em ceder o recurso foi unânime. “Isto vai resolver pelo menos 90% dos problemas do Pronto Socorro, que é hoje uma das maiores necessidades de nossa população. Agora o povo pobre também terá saúde de qualidade”, ressaltou.
De acordo com o presidente da Santa Casa, Paulo Diniz, a co-gestão é um anseio também da diretoria da instituição e quem vai ganhar com esta união de esforços é a população jacarezinhense. Nesse sentido, destaca que é fundamental esta parceria não só pelo repasse de recursos, mas pelas funções de fiscalização e gerenciamento dessa importante porta de entrada do SUS. O aval final foi dado pela diretoria da Santa Casa, que agora repassará a decisão e a discutirá com os médicos, já que a medida também prevê o aumento do valor dos plantões, visando a adequação ao preço que hospitais da região vêm pagando, justamente para aumentar a procura dos profissionais pelos plantões e desafogar a demanda do Pronto Socorro.
O poder público municipal, que já gerencia a atenção básica, agora também terá papel essencial nos serviços emergenciais. “São medidas imediatas para estabelecer o gerenciamento em conjunto com a Santa Casa e amenizar os problemas de saúde do município, dos quais não nos furtamos de enfrentá-los”, finalizou a prefeita. 

Rede de Atenção Integral
O projeto foi programado para ser realizado em três etapas: reestruturação e gerenciamento do PS (colocada em prática já no mês que vem), Implantação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu-192) e a construção da Unidade de Pronto atendimento (UPA), estes dois últimos com data de conclusão para o ano que vem.
O anúncio foi feito na tarde de hoje, após uma reunião para acertar os últimos detalhes do projeto, já estudado e debatido em outras ocasiões pelos órgãos competentes envolvidos. O encontro reuniu a prefeita Tina Toneti, a secretária municipal de Saúde Andréia Kalil, o diretor de Departamento de Urgências e Emergências, Rodrigo Otávio Lauriano Ferreira, os sete vereadores da base de apoio (Nilton José de Souza, José Macalé, Wilson Ferreira, Maria Luiza Boberg, Luciane Aparecida Alves, Ricardo Tonet, o “Fucinho”, e o presidente da Câmara, José Isaías Gomes, o “Zola”), além do presidente da Santa Casa, Paulo Diniz, o diretor executivo da instituição, Nelson Toloto e o diretor regional da 19ª Regional de Saúde, Antonio Carlos Setti.
Setti parabenizou a união de esforços e ressaltou que o novo governo estadual também tem projetos para a área de urgência e emergência, que incluem repasses de recursos financeiros e equipamentos. Neste sentido, destaca que a iniciativa da Prefeitura para a implantação da Rede de Atenção Integral à Urgência e Emergência ocorre em momento oportuno, pois a Secretaria Estadual de Saúde discute a reorganização da Rede de Urgências do Paraná.
A prefeita Tina Toneti contou que nomeou Rodrigo Ferreira com a incumbência de desenvolver um projeto que envolvesse toda a rede de urgência de nosso município. “Fiquei satisfeita com o projeto, que apresenta propostas concretas e cronograma fixo de realização. Estamos confiantes com a construção da UPA no ano que vem, uma unidade municipal para atendimento emergencial, só que mais abrangente, servindo principalmente de retaguarda para as Unidades de Saúde da Família”, disse.
Ferreira falou que colheu opiniões e baseou o projeto em ações já bem sucedidas do Governo Federal. “A ideia é montar um serviço de urgência que supere a interface típica do assistencialismo para um objetivo maior, que é promover a qualidade de vida da população jacarezinhense”, concluiu o diretor. As três etapas propostas (reorganização, Samu, e UPA) seguem, respectivamente, as portarias 2.048/GM (de novembro de 2002), 2.970/GM – que descentralizou os Samus (de dezembro de 2008) e a 2.922/GM (também de dezembro de 2008).