O prefeito

 

Publicado em: 10/03/2011 15:33 | Autor: Departamento de Comunicação / Alfredo Jorge / Rômulo Madureira

Prefeita concede coletiva de imprensa sobre Dengue


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Na manhã de hoje, a prefeita de Jacarezinho Valentina Helena de Andrade Toneti falou a diversos órgãos de imprensa em seu gabinete sobre a situação de epidemia de Dengue que vive a cidade. De acordo com a titular do Executivo, a entrevista se fez necessária, mesmo com os boletins diários emitidos pela Vigilância Epidemiológica e entrevistas constantes concedidas por autoridades ligadas à área. “Passamos por um estado crítico com mais de duas mil notificações e 520 casos confirmados de Dengue. É preciso que a cidade se una e nos ajude no combate à doença”, disse.
Estiveram presentes a equipe da Rede Massa, dos jornais Pérola do Norte, Tribuna do Vale e Tribuna Platinense, assim como as rádios Educadora, Norte Sul, Cidade e o Portal Jacarezinho Na Net. Além da prefeita Tina Toneti, compuseram a mesa para a resolução de questões referentes às ações realizadas de combate à Dengue (e ao que ainda precisa ser feito) a secretária de Saúde Andréia Kalil, o secretário de Planejamento Nelson Paulino, o diretor da Vigilância Epidemiológica Edmilson Gomes, o coordenador de combate à Dengue Luiz Carlos Ferreira, o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica Eduardo Quirino, além dos comandantes da Polícia Militar, capitão Márcio Jaquetti, do Corpo de Bombeiros tenente Angelino José de Siqueira e do Tiro de Guerra 05-007 subtenente Willian José Aguiar.
Questionada sobre a eficácia do combate à Dengue no município, a prefeita lembrou das estatísticas do bairro Aeroporto, local onde o primeiro surto isolado foi detectado. “Nas primeiras semanas, registrávamos até 80 casos nos bairros da região, já na última semana atendemos apenas um enfermo de Dengue. Isto é resultado dos trabalhos de eliminação de focos e combate aos vetores. Em um só arrastão, foram retiradas 70 toneladas de entulhos, materiais domésticos e lixo”, disse.
Também houve perguntas relacionados ao por que dos casos não diminuírem na cidade, considerando que
a incidência decrescente no Aeroporto foi acompanhada do aumento nos casos no Centro, no Parque Bela Vista e Vila Setti. “Estamos em plena epidemia. De fato não era esperado que o número de casos caísse por enquanto. Esperamos que o pico da crise tenha passado, mas não interromperemos nenhuma ação de combate tanto ao mosquito circulante quanto aos criadouros de ovos e larvas. A vigilância sanitária está agora na Vila Prestes e se dirige na hora do almoço para a vila Setti”, comentou Tina Toneti.

Segundo a Vigilância Epidemiológica do município, são três óbitos registrados: duas por FHD que é Febre Hemorrágica da Dengue (uma mulher de 27 anos e um senhor de 82 anos, internado em 16/2 e com falecimento registrado no dia seguinte), além de uma mulher em decorrência de DCC – Dengue com Complicação (mulher de 46 anos – internada em 19/2 e vindo a óbito no mesmo dia).
A prefeita ratificou as medidas de combate adotadas pela Prefeitura, desde que os primeiros surtos isolados estouraram. Foram 11 ciclos de fumacê, enquanto o Ministério da Saúde preconizava oito, utilizando as bombas costais e BV pesadas, R$70 mil em investimento próprio da Prefeitura (antes do decreto de emergência e antes do repasse de recursos estatais) para contratação de médicos, enfermeiros, agentes de endemias, abertura dos Postos de Saúde em sábados, domingos e feriados, inclusive Natal e Ano Novo (dezembro), início do Plantão Noturno no Posto de Saúde Central (janeiro), programas de conscientização nas escolas e bairros, mutirões de limpeza em parceria com a Vigilância Sanitária e Secretaria, limpeza semanal do Cemitério, arrastões para eliminação de focos em todos os bairros da cidade em parceria com a sociedade civil, mais de 200 toneladas de entulhos recolhidos, junto à Secretaria de Conservação Urbana, criação do Disk Denúncia para terrenos baldios, na tentativa de eliminar mais e mais focos de criadouro do mosquito, notificação dos terrenos sujos por edital, dando prazo de 10 dias para regularização sob pena de multa que varia de R$301 a R$1000, criação do programa Cidade Limpa, parceria entre a Secretaria de Conservação Urbana, Meio Ambiente e Fiscais do Desenvolvimento Urbano (10 de março), ampliação do trabalho da Vigilância Epidemiológica, visando identificar demandas e detectar doentes no menor tempo possível, reunião intersetorial organizada pela Secretaria Municipal de Saúde e 19ª Regional envolvendo Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e demais entidades, decreto de emergência (1º de março), angariação de R$70 mil junto à Secretaria de Estado da Saúde para treinamento para médicos especificamente para atendimento a infectados com Dengue dado pela Secretaria de Estado da Saúde e reunião com o Coordenador do Plano Nacional de Combate à Dengue em Londrina, Giovanini Coelho.
A diária intermitência de chuvas na cidade também é grande responsável pelo descontrole na proliferação do mosquito (que é resistente até mesmo em condições adversas). O índice pluviométrico no período (segundo o Iapar de Cambará) é 30% maior que em 2010.
Outra dúvida dos jornalistas referente à epidemia é o que foi feito de errado no trabalho de prevenção. A prefeita respondeu. “Não é hora de apontarmos culpados e sim de acharmos soluções. Consideramos a situação gravíssima, motivo pelo qual iremos pedir diretamente ao Governo Federal mais R$600 mil para o Combate à Dengue. Isso para pagamento dos salários e de material de mais uma equipe de agentes (10 pessoas)”, explicou. Esta nova equipe de agentes serviria para impedir que os demais precisassem interromper as atividades de prevenção para atender algum eventual bloqueio endêmico, por exemplo, já que quando um doente é detectado, o Ministério da Saúde preconiza que um raio de nove quarteirões deve ser isolado.
A prefeita Tina Toneti também não se furtou de responder sobre a eventual “demora nos atendimentos e omissão de socorro”, citadas pelos jornalistas como reclamações da população. “Eu posso te garantir que, desde o início do surto, a Prefeitura é quem mais tem se preocupado e por algum tempo, foi o único órgão que investiu todos os esforços nisso. Vou te dizer, a demora existe sim. Tentamos diariamente minimizá-la aumentando o número de médicos plantonistas e o horário de atendimento, mas o número de infectados é muito grande, mais de dois mil. As filas para requisitar exame e para ser atendido existem. A média é de mais de 100 atendimentos por dia. Sabemos que a situação é gravíssima, não estamos alheios à realidade. Estamos enfrentando, suportando e buscando arduamente trazer dias melhores ao povo de Jacarezinho. De forma clara, acolhemos quem nos procura, investiga, informa. Só para se ter uma idéia, foram atendidas ontem 20 pessoas de manhã no Posto de Saúde, 23 à tarde. Já no Pronto Socorro, que assumimos em 1º de março justamente para estabelecer um melhor atendimento, foram 42 atendidos de manhã e 34 à tarde, sem contar os pacientes da noite que ainda não me passaram os números. Deste, a maioria é suspeita de Dengue”, concluiu.