Por conta da epidemia de Dengue que se instalou em Jacarezinho principalmente no último mês, a prefeita de Jacarezinho Valentina Helena de Andrade Toneti decretou hoje estado de Emergência. Depois de recorrentes estudos realizados pelo Departamento de Epidemiologia e pela Secretaria de Saúde, foi percebido que os casos não diminuíram mesmo com ações efetivas de combate à proliferação dos vetores e do tratamento sistemático aos doentes.
Às 15h de hoje, a secretária Municipal de Saúde Andréia Kalil e o chefe da 19ª Regional de Saúde Antonio Carlos Setti divulgam mais detalhes sobre repasse de verbas estaduais para intensificar ainda mais o combate à Dengue. Os dois darão entrevista coletiva aberta para os veículos de imprensa da região.
A prefeita Valentina Toneti falou sobre a decisão tomada depois de reuniões com integrantes do poder público na última semana e assinada ontem. “A situação é gravíssima. Mais uma vez não podemos nos furtar à responsabilidade junto à população, que é quem mais sofre com esta situação. Já que depois de todas medidas, não conseguimos diminuir o número de casos, temos que tentar novas alternativas”, ressaltou.
Tina lembrou que desde novembro do ano passado, o município travou uma verdadeira guerra contra a proliferação dos focos que funcionavam como criadouro do mosquito da Dengue. “Já no início de dezembro, percebemos que apenas o combate ao Aedes não estava sendo suficiente e contratamos mais médicos e mais agentes de endemias para melhorar e ampliar o atendimento à população”, disse. Nos últimos dias, eram cinco médicos pagos pelo município direcionados especificamente para o combate à Dengue, além de sete enfermeiros, 30 agentes comunitários de saúde e 24 agentes de endemias.
Dados sobre a doença
Os números mais atualizados da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) dão conta de que há 506 casos confirmados no total, sendo 498 autóctones (contraídos no município) e oito importados. O Estado divulga ainda que Jacarezinho tem 1512 casos notificados e dois óbitos. A vítima confirmada é Simone da Silva Diniz, de 27 anos, que deu entrada no Pronto Socorro da Santa Casa no último dia 2 e morreu no dia seguinte em decorrência de uma grave hemorragia. O outro, apontado pela SESA como o de um homem de 82 anos, não foi confirmado pelo Departamento de Epidemiologia da cidade e está sob estudo.
Desde o início, o motivo para que não fosse decretado o estado era que os agentes não estavam encontrando resistência para vistoriar as casas e as novas contratações continuaram a serem executadas pelo poder público municipal, conseguindo inclusive o recurso estatal de R$19 mil e investindo R$70 mil da própria Prefeitura.
O decreto, que vale a partir de hoje, 1º de março, utiliza os números até o dia 22 de fevereiro, dia do cadastro das informações perante à Defesa Civil: 1182 casos de suspeita de infectados (sendo 352 confirmados, 77 não reagentes e 753 aguardando resultados do Laboratório Central do Estado – Lacen). O documento, regulado pelo artigo 17 do Decreto Municipal 2740/2011 teve que ser submetido antes à Defesa Civil, que solicitou Avaliação de Danos ao Departamento Jurídico da Prefeitura. Segundo o decreto, esta situação de anormalidade é válida para toda a zona urbana, autoriza a convocação de voluntários e tem vigência de 90 dias (prorrogável para prazo máximo de 180 dias).
Combate e Recursos
A Secretária de Saúde Andréia Kalil explica que o clima nesta região é propício para a proliferação das larvas do mosquito, que são resistentes às condições climáticas e podem sobreviver por até 450 dias. “O combate aos vetores foi prejudicado pelas constantes chuvas que caem no município. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, abrimos o Posto de Saúde nos três períodos, sábados, domingos e feriados. Contratamos mais profissionais e atendemos até mesmo os doentes que eram encaminhados da Santa Casa, fazendo reidratação no próprio Posto de Saúde”, disse Andréia, que anseia agora por nova parceria com a 19ª Regional de Saúde, que colaborou em todo o decorrer da campanha de combate, fornecendo os aparelhos e insumos do fumacê (bombas costais e UBV pesados) e com os R$19 mil de verba por enquanto.