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Publicado em: 10/06/2010 11:21 | Fonte/Agência: AENotícias | Autor: Fonte:

Plano safra do governo federal beneficia classe média rural.


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O Paraná deverá absorver cerca de 15% do volume de recursos anunciado para o novo plano safra 2010/11, que este ano vai destinar R$ 100 bilhões para a agricultura empresarial, e mais R$ 16 bilhões para a agricultura familiar. De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Chandoha, o plano divulgado essa semana pelo governo federal atende aos anseios da classe média rural brasileira e, no Estado, deverá beneficiar principalmente os produtores que agregam valor à produção, como os produtores de aves, suínos, da pecuária leiteira e da fruticultura.

Os recursos estarão disponíveis para financiamento do custeio, comercialização e investimento da nova safra, que começa a partir de julho. Para Chandoha, o plano retoma o apoio ao médio produtor, que havia sido esquecido pelo governo federal nos últimos planos safras. Ele ressalta, porém, que não pode haver divisão entre agricultura empresarial e agricultura familiar. \\\\\\\"Todos fazem parte do agronegócio e temos que somar\\\\\\\", afirmou.

O diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, aponta alguns pontos importantes do plano safra para a agropecuária paranaense, a começar pelo aumento de R$ 7,5 bilhões na disponibilidade de recursos ao setor. No ano passado foram liberados R$ 92,5 bilhões para a agricultura empresarial.

Segundo Simioni, o plano safra 2010/11 é bom e atende, principalmente, aos anseios da classe média rural, sem prejudicar os demais produtores. Das 374 mil propriedades rurais no Paraná, levantadas no último censo agropecuário pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que 80% são exploradas em regime de base familiar e 20% enquadram-se como médios e grandes produtores. Daí estima-se que no Estado há cerca de 75 mil propriedades de porte médio, com faturamento bruto anual de até R$ 500 mil.

Esse ano, o governo federal ampliou em R$ 650 milhões os recursos específicos para essa categoria de produtores com juros ainda mais reduzidos. Através do Programa de Apoio ao Médio Produtor Rural, o volume de recursos passa de R$ 5 bilhões, liberados no ano passado, para R$ 5,65 bilhões, com juros que caem de 6,75% para 6,25% ao ano. Esse programa incentiva a diversificação da produção.

Segundo Simioni, esse apoio permite que o médio produtor possa diversificar suas atividades para a produção de aves, suínos e frutas, ampliando a agregação de valor dentro do próprio Estado.

Mas do total dos recursos previstos no plano safra, cerca de R$ 60,7 bilhões chegarão efetivamente ao bolso do agricultor, por meio de financiamentos ao custeio com recursos controlados, comercialização e estocagem da safra. Esses recursos estarão disponíveis a juros de 6,75% ao ano, que são compatíveis com a atividade ou próximos da previsão inflacionária, o que beneficia os produtores, disse Simioni.

Pontos positivos - O secretário Erikson Chandoha apontou ainda como pontos positivos do plano safra o apoio à construção de silos e armazéns, com juros e prazos diferenciados. Nessa linha, foram disponibilizados cerca de R$ 1 bilhão, com prazo de até 12 anos para pagamento, incluindo três anos de carência e taxas de juros de 6,75% ao ano.

Outro ponto favorável do plano, segundo o secretário, é o apoio ao setor sucroalcooleiro, que terá à disposição R$ 2,4 bilhões em recursos do BNDES para estocagem de etanol. Especificamente para essa linha, os juros caem de 11,25% ao ano para 9% ao ano, uma iniciativa que terá reflexos positivos no processo inflacionário, destacou Chandoha. Isso porque haverá um custo menor para a armazenagem de etanol com o objetivo de garantir o produto para o período da entressafra.

O produtor paranaense também será beneficiado com a iniciativa do governo federal em premiar aquele que reduz as emissões de gases de efeito estufa. O Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) está disponibilizando mais R$ 2 bilhões em créditos para os agricultores que usam o plantio direto e aderem ao sistema de integração lavoura-pecuária e floresta e recuperação de áreas de preservação ambiental.

Para o secretário Chandoha, em linhas gerais o plano safra 2010/11 traz novos benefícios. Mas ainda precisa melhorar nos aspectos de maior disponibilidade de recursos controlados para atender o custeio, a comercialização e o investimento, bem como um maior volume de recursos para o seguro rural.

Sobre esse último fator, Chandoha destaca que é muito importante o investimento público em seguro rural porque reduz o risco de perdas provocadas pelo clima para os produtores e, conseqüentemente, os gastos com renegociação de dívidas, além de evitar o aumento do endividamento agrícola.